7.02.2009

in loving memory.

"Pina" Bausch (Solingen Germany, July 27, 1940 – Wuppertal Germany,June 30, 2009)


In loving memory.

Michael Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 — Los Angeles, 25 de junho de 2009)


6.05.2009

Music | Jonh Milton Cage_pesquisando silêncio e ruído.


“Um bom pianista é aquele que ouve e percebe as mudanças que aparecem no som, e então adapta a música, não com a intenção da destreza, mas em resposta ao som que lhe aparece”.


Arte | Pancho Guedes no museu Berardo


Está a decorrer no Museu Berardo a exposição retrospectiva do arquitecto Pancho Guedes, Vitruvius Mozambicanus.
“Nesta exposição, Pancho Guedes reúne a sua prodigiosa e original produção de desenhos, quadros e esculturas e mostra como estes contribuíram para as formas, as ideias e o espírito das muitas arquitecturas diferentes e pessoais que criou. A sua ligação com África, sobretudo com Moçambique, permitiu que Pancho se libertasse dos constrangimentos mais restritos das ideias habituais sobre a arte”, lê-se no convite enviado. "
Com uma pintura do próprio em nova versão de 2008, chamada Corte habitado do Leão que Ri com crocodilo. O Leão que Ri é uma das suas mais famosas casas construídas. No primeiro piso dormem o arquitecto e a mulher, Dori. No 2º piso parece-me ver-se o projecto para um centro de arte de 1954, não construído - mas encontro uma referência vinda de 1987 que identifica "três obras primas Estiloguedes: as fachadas do Núcleo d'Arte, do Leão-Que-Ri e da Padaria Saipal". No último piso estão as grandes cabeças que fez em Veneza em 1975, com uns 7 ou 8 metros de altura e colocadas à entrada dos antigos armazéns de sal (os Magazzini del Sale at the Zattere, na bienal directed by Vittorio Gregotti).

Pancho Guedes (n.1925, Lisboa) estudou em S. Tomé e Príncipe, Guiné, Lisboa e Lourenço Marques (actual Maputo). Foi em Moçambique que realizou as suas obras mais significativas, durante as décadas de 50 e 60.
Em 2007, Pancho Guedes, juntamente com Ricardo Jacinto, compôs "Lisboscópio", a mostra que representou o país na 10.ª Exposição Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza.
A Exposição Vitruvius Mozambicanus estará patente no Piso 2 do Museu Berardo até 16 de Agosto.
A entrada é livre.
Le.iti

6.04.2009


" I guess it's stupid, how it's always in the end that we embrace the begining."

6.01.2009

Design | Siza Vieira + Roca



O arquitecto Siza Vieira estreia-se na área de banho, através da Roca, para a qual criou uma colecção denominada "Simplesmente Siza".

Simples, confortável e flexível, é como o autor descreve a sua série para a casa de banho, composta por seis peças de louça sanitária e seis móveis em madeira. Segundo Siza Vieira, a sua ideia foi "desenhar uma colecção de louça sanitária que parecesse louça sanitária", uma vez que uma casa de banho tem de ser, em primeiro lugar, funcional. "Penso que, com a minha colecção, se consegue transmitir a ideia de que uma sanita sempre foi uma sanita e que o conforto é uma característica comum, transversal e intemporal, a todos os equipamentos para o espaço de banho".
Para além disso, o arquitecto devolveu um valor perdido ao longo das últimas décadas: o da flexibilidade.
As peças, nas cores branco e pergamon, adaptam-se aos mais variados estilos de vida. Inserem-se tanto num quarto de banho espaçoso, como num pequeno, em ambiente urbano ou rural.
Siza Vieira destaca ainda a autonomia dos móveis, que "servem para vários fins em diversos espaços da casa".

Funcionalidade acima de tudo

A nova colecção "Simplesmente Siza" foi apresentada à comunicação social na Alfândega do Porto, na semana passada, tendo na ocasião a directora geral da Roca SA, Petra Fisher, salientado que o objectivo da empresa, ao convidar Siza Vieira para desenhar a nova colecção, "passou pelo interesse de trabalhar com um grande nome da arquitectura portuguesa na concepção de uma solução económica, que tivesse, acima de tudo, muita qualidade, design e funcionalidade".
Por sua vez, Siza Vieira afirmou que este convite da Roca foi ao encontro do seu desejo de desenhar uma casa de banho que marcasse o seu verdadeiro "regresso às origens".
Segundo Petra Fisher, a nova colecção "Simplesmente Siza" promete ser um sucesso comercial, podendo mesmo a sua exportação "iniciar-se a muito curto prazo para países como o Brasil, Espanha, Itália e França".

5.19.2009

Design | Zaha Hadid + Lacoste


Depois de Zaha ter colaborado com a marca de sapatos Melissa, chegou a vez da versão desportiva: Lacoste. Esta colaboração oferece-nos hoje, uma antevisão para a Primavera do próximo ano. As imagens da colecção estão ainda no segredo dos deuses, mas já podemos espreitar um pouco o risco de marca de Zaha Hadid. Em método de trabalho e como a arquitecta referiu, começou por digitalizar o crocodilo Lacoste e utilizou-o para explorar superfícies e padrões que lhe permitissem criar um sapato que se adapte ao pé ergonomicamente, de forma a estar em perfeita harmonia com o corpo. Será um trabalho a descobrir brevemente, mas uma certeza já temos: confortabilidade, design e muito estilo não lhes vai faltar!




LE.iti.

5.18.2009

Music | Relembrar Vinicus _S. Luiz 18.05


Fernanda Cunha e Camilla Dias juntam-se à filha de Vinicius, Georgiana de Moraes, para recordarem a faceta menos conhecida do compositor, como as parcerias com Francis Hime, Edu Lobo, Chico Buarque, Ary Barroso, Pixinguinha e Moacir Santos. Pela primeira vez em Portugal, o concerto Umas e Outras vai relembrar estes parceiros e conta com o testemunho privilegiado de Georgiana, num ambiente intimista e delicado.


Camilla Dias piano

Fernanda Cunha voz

Georgiana de Moraes voz



Hoje, é um daqueles dias em que me apetece dizer tudo o que não sei, chorar lágrimas que não me pertencem e procurar o que já tive. Mas também é o dia, de celebrar com gentileza e sem ironia, o que tenho. Por isso decidi, reler Vinicius que me lembra.

"Procura-se um amigo"

"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive. "

Vinicius de Moraes

Chegamos.

A vós:

4.24.2009



"Para o infinito e mais além"

3.27.2009

Architecture | Poesia na paisagem: Dimitris Pikionis

Dimitris Pikionis or Demetrios Pikionis (Piraeus 1887 -Athens 1968)

Um dos maiores arquitectos gregos do secúlo XX, que também teve na sua formação, o curso de escultura e desenho, primeiro em Paris e posteriormente em Munique. Foi-lhe apresentado o trabalho de Paul Cezanne, e tornou-se amigo pessoal de Giorgio de Chirico. Duas fontes chaves para o desenvolver mais aprofundando da sua ligação ás artes plásticas. Foi muitas vezes descrito como "um critico regionalista e por vezes um modernista Europeu). Como arquitecto paisagista, a epipfania do seu trabalho, segundo historiadores residiu, passo a citar, no "contraste entre a mármore branqueada e o solo encharcado." Em Pikionis encanta-me a sensiblidade profunda do seu desenho de recinto que permanece na paisagem como algo que já fizesse parte do todo antes da parte existir. Na sua pintura, é notável a intrudução de Cezanne como referência, graças á forma q este expõe a paisagem natural, como no final do seu percurso encontrá-mos muito de de'Chiricco e a sua fabulosa capacidade de montar espaço cénico revelador de complexidade compositiva.



Le.iti

3.26.2009

Books | Eat Love


Eat Love ,Marije Vogelzang (published by Bis Publishers)


3.25.2009

Cinema | The Million Dollar Hotel

The Million Dollar Hotel -Wim Wenders 2000

(...) só as escadas, as minhas queridas escadas! É como se já fossem mais do que parte da história, percebo isso quando me avisam que estas a chegar. Sussuro o teu nome para dentro de mim enquanto encho o meu peito de um fôlego só, ordenando á coragem para ficar mais uns segundos.(...) Deixo que o meu espriríto vá até ti. Olho-te nos olhos(...)esse gesto só teu, para que me deixes embriagar por esse teu mistério longe, profundo.(...) Dá-me um dos teus dias. (...)

Le.iti

3.23.2009

Music | Stan Getz & Luiz Bonfa: Insensatez


Amar bossa é como saber ceder ao sabor do vento.


La Notte, Michelangelo Antonioni (1961)Insensatez: 'Jazz samba encore' .Voz: Maria Toledo, esposa de Luiz Bonfa.by Antonio Carlos Jobim and Vinicius de Moraes.

Le.iti

3.09.2009

Architecture | Viana do Castelo


A prestigiada revista londrina Wallpaper, uma referência incontornável do design, arquitectura, moda e estilos de vida, acaba de considerar Viana do Castelo uma "Meca da Arquitectura", numa clara referência à "colecção de edifícios", de onde se destaca a Praça da Liberdade de Fernando Távora, a Biblioteca Municipal de Siza Vieira, e o "inovador" Hotel Axis e ao futuro coliseu de Souto Moura.
"Uma cidade marítima portuguesa está a ser transformada numa Meca da Arquitectura com uma colecção de edifícios ao gosto de Fernando Távora, e agora a chegada de um Hotel inovador em pilha", refere a Wallpaper, salientando que os edifícios são "fonte de orgulho municipal", com destaque para a nova Biblioteca Municipal, desenhada em betão branco por Álvaro Siza. "A Biblioteca domina uma praça planeada por Fernando Távora - mentor de Siza Vieira e fundador da Escola do Porto", fazendo ainda referência aos "dois edifícios ambiciosos" situados na Praça da Liberdade.
Mais adiante, e profusamente ilustrado com imagens de Dan Holdsworth, a revista fala da praça de arquitectura "cinco estrelas", que ficará completo com o acréscimo de um pavilhão multiusos, desenhado por outro membro da Escola, Eduardo Souto Moura. "Este terá como característica uma caixa de alumínio em cima de uma estrutura leve o que enfatiza a natureza etérea da visão de Távora sobre esta parte da cidade".Outra referência é o novo Hotel Axis, inspirado nos "elementos de desafio à gravidade do plano-mestre de Távora" e que é milimetricamente descrito neste trabalho da Wallpaper. Viana do Castelo, para além das obras destacadas na revista, possui ainda diversos edifícios de grandes arquitectos, de onde se destaca a Pousada da Juventude de Carrilho da Graça (recentemente galardoado com o Prémio Pessoa), a Biblioteca da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e o auditório Lima de Carvalho de Fernando Távora, ou o edifício de entrada da Citânia de Santa Luzia e o conjunto habitacional da Rua João Alves Cerqueira da arquitecta premiada Paula Santos.
Da "Meca da Arquitectura", constam ainda o conjunto habitacional do antigo mercado de Alves Costa e Sérgio Fernandez, a Praça da República de Viana de Lima, o Hospital de Viana de Chorão Ramalho, a Casa Grande da Rua Mateus Barbosa de Nazoni e o templo de Santa Luzia de Ventura Terra.




Le.iti

3.03.2009

Architecture | Foster + Partners_Masdar city

Oportunidade-Criatividade-Sustentabilidade-Densidade = urbanismo comtemporâneo







Masdar city torna-se uma referência ao nível da sustentabilidade urbana, criando uma cidade totalmente neutra em carbono e em residuos. A área bruta de construção é de 6 milhões de m2 para albergar uma população de 40.000 residentes.

Oportunidade-Criatividade-sustentabilidade e densidade, como quatro temas fundamentais (entre certamente um vasto leque de escolhas), mais representativos de uma síntese de estratégias formais, e programáticas importantes ao nível da proposta urbanistíca.

Oportunidade: a grande escala no projecto urbano.

Criatividade: o espaço urbano na economia do conhecimento.

Sustentabilidade: a cidade como motor do desenvolvimento sustentável.

Densidade: O modelo da cidade compacta.



Le.iti

RIBA atribui prémio a arquitecto português


«O corpo habitável da arquitectura»


O Royal Institute of British Architects (RIBA) atribuiu ao arquitecto português radicado na Bartlett School of Architecture de Londres, Marcos Cruz, o prémio de investigação destinado aos trabalhos de doutoramento – uma das três categorias de prémios anuais que a organização dos arquitectos britânicos concede.

A tese «O Corpo Habitável da Arquitectura (The Inhabitable Flesh of Architecture»), terminada em 2007, «examina a uma nova luz o trabalho protagonizado pelos arquitectos do movimento moderno propondo novas atitudes em relação ao espaço, à materialidade e à estética. Marcos Cruz escreve "que o objectivo é establecer um debate em que a experimentação, as tecnologias e as formas de progresso não excluam a liberdade e a poesia dos arquitectos como pensadores criativos."


Books | Uma cidade não é uma árvore_Christopher Alexander

"It is more and more widely recognized today that there is some essential ingredient missing from artificial cities. When compared with ancient cities that have acquired the patina of life, our modern attempts to create cities artificially are, from a human point of view, entirely unsuccessful."

Christhopher Alexander -Uma cidade não é uma árvore, (traduzido e publicado em Portugal em 1967, na "Arquitectura. Revista de Arte e Construção", nº 95, pp. 22-29. É um artigo pequeno e de fácil manuseamento, é também de salientar que o autor não se apresenta contra a construção de "cidades artificiais", mas sim contra a sua construção com base numa organização em árvore/retícula, propondo como alternativa melhor a "semi-retícula". )



Le.iti

3.02.2009

Music | Dead Combo

Dead Combo(2001): Tó Trips (guitarra) e Pedro Gonçalves (contrabaixo).

Lançaram o seu primeiro disco, Vol. I, pela Transformadores, pelo meio gravaram um tema para a compilação de homenagem a Carlos Paredes intitulado "Paredes Ambience", compuseram a banda sonora de Sudwestern - Un Duelo En El Barrio e Guitarra com Gente Lá Dentro de Edgar Pêra, e deram um número considerável de concertos. Os Dead Combo pegam na essência do fado e cobrem-no com pó vindo do Western, e, nas palavras dos próprios, “tocam Lisboa, a cidade do campo, das chaminés e das cúpulas brancas, cenários de um passado perdido, o fado, o Western vadio, tudo junto num voodoo de emoções, clichés e histórias entre o Tejo, as estradas do sul, os amantes desencontrados, anjos abandonados nas encruzilhadas do destino, vozes de mulheres, flores com cores trocadas, santos, câmaras ardentes, guitarras despidas, cuspidas e deitadas à rua, contrabaixos em fogo, cartolas, galinhas à solta e coisas que rolam na rua”.

Não pretendo acrescentar nem mais uma palavra a esta belissíma caracterização de tudo que é invocado quando nos damos por perdidos neste fantástico mundo que os Dead Combo nos entrega. Quando ouvi pela primeira vez o tema "Quando a Alma não é pequena" , senti uma nostalgia por algo que não sabia ao certo o que era, daí comecar a vaguear pelos acordes trilitantes de notas desajeitadas. E então entendi-me, (como diria o meu querido amigo Buinhas) "sabes querida,é como a lua. Recorda-te a ti ".

Le.iti

2.28.2009

Short movie| Juryoku

WOW BOTANICA



"A collaboration work with the fashion designer Yoshio Kubo. With the theme of "Dead Flower", this renders the world of dead flowers with pressed flowers that are inorganic but have unique colors and textures."

WOW TENSPACE

"The space between the number on count-up. That space is what we consider as time itself.We creates that time of the space as an image into the three dimension world.Eleven of "IKEBANAS" are created as three dimension object and arranged into the vast space.The camera sequentially cathes those works like being thrown into the flow of time one by one."

2.19.2009

Cinema | O Surrealismo de Luís Buñuel

A propósito de uma discusão pertinente sobre o acontecimento do surrealismo no cinema, foi.me apresentado o cineasta Luís Buñuel. Aqui fica uma síntese do trabalho do autor, (os diálogos podem.se tornar um pouquinho aborrecidos, mas vale a pena ver a apresentação, clarifica bem o propósito e o conteúdo ).





Belle de Jour_starring Catherine Deneuve_France, 1966


(...)Em Belle de Jour, o carácter onírico dos filmes de Buñuel acentua-se a um ponto limite. Nunca sabemos bem quando Séverine está a sonhar, a recordar ou a viver, a ambiguidade que começa no início (genérico com a carruagem e os obcecantes guizos da banda sonora) e se mantém até ao fim, quando Pierre se levanta aparentemente curado e se repete a imagem inicial (só que, nesse último plano, os cocheiros conduzem uma carruagem vazia).

Tudo começa e tudo acaba numa tarde de Outono, num parque, com folhas caídas pelo chão. Na banda sonora ouvimos o barulho da carruagem e uns guizos que não são muito plausíveis. No inicio da sequência, existe uma conversa banal do casal burguês com referências implícitas à frigidez de Séverine (mais uma vez, é tentadora a aproximação com o mundo de Hitchcock e com a frígida Marnie). A “belle de nuit” transforma-se então em “belle de jour”, gata borralheira ao contrário. Na sucessão das espantosas personagens que entram naquela casa, uma há que ganha relevo especial: o professor masoquista, com a sua assombrosa metamorfose, perante o qual Séverine é incapaz de representar um papel que, fundamentalmente, é seu.

Aqui se resume a suprema astúcia de Buñuel: coloca-nos na posição e na perversão de Séverine, sempre querendo ver mais, sempre nos sendo frustrada a visão. A tal confusão entre o real e o imaginário provém desse mesmo, “catecismo do travesti”, para usar uma expressão de Camoli. Se nunca sabemos bem onde estamos, se nos perdemos nas máscaras, é porque o nosso desejo é semelhante ao de Séverine, com ela apagando quando a luz se faz na sala, os traços comprometedores da obscuridade. (...)

Le.iti


2.16.2009

Architecture | Zaha overview: Seoul


O projecto apresentado por Zaha Hadid ganhou o primeiro lugar no Concurso Internacional para a 'Dongdaemun world Complex Park & Design', realizada pelo Governo Metropolitano de Seul, em Abril de 2007.

Segundo o júri, o projecto incorpora preocupações históricas, culturais e económicas de significados importantes para o conceito proposto em concurso. Zaha apelidou a sua proposta de "Metonymic Landscape"e ganhou o concurso "especialmente porque o seu trabalho revelou uma grande harmonia entre a natureza e arquitectura, preocupações consistentes nos pontos de vista da concepção", disse o professor Jonathan Barnett, chefe do membro da comissão do júri.
O Governo de Seul convidou oito ateliers mundialmente famosos para transformar o estádio Dongdaemun e os seus arredores num parque de grande escala, e construir um modelo complexo para impulsionar as indústrias locais moda e do design.


O Complexo projecto está programado para ser concluído em março de 2010.








Le.iti

2.12.2009

I .m sorry.

Para todos os que pediram novidades no último mês, as minhas desculpas! Esta época intermédia de exames ocupa-me o tempo todo disponível, e o que resta aproveito para poder fugir um pouco da rotina e partir em descoberta! Assim que voltar, prometo actualizar o blog com novidades fresquinhas! Beijinhos e abraços!


Le.iti

1.13.2009

Exposição | Paula Rego anos 80


Já há algum tempo que andavamos a prospectar esta visita. Hoje foi o dia, proveniente do improviso e frustação de todas as combinações que acabaram por nunca acontecer. '-Vamos entrar!'

Fiquei logo deslumbrada por toda a composição que se seguiu, desde a vivência atribuída aos jardins dos palácio, assim como o 'café com letras' ou a fantástica introdução do novo elemento construtivo, tao delicado como um acorde da minha querida amiga Luísa Viera.

O CAMB,(Centro de Arte Manuel de Brito) pelo que eu entendi e pela apresentação da maquete da sua remodelação, consiste numa bela metamorfose entre a fantasia e a necessidade moderna. É sobretudo um espaço que se dedica á Arte Contemporânea, e está sediado no Palácio dos Anjos, edifício do século XIX. A aura de passado que envolve o local contrasta harmoniosamente com a arte que aqui está exposta pertencente á colecção Manuel de Brito, que contém obras de Graça Morais, António Dacosta, Palolo, Ana Vidigal, Eduardo Luiz, Eduardo Batarda, Júlio Pomar, Menez que fizeram as nossas delícias. Mas vamos lá ao 'topping do bolo':


PAULA REGO anos 80!




Nesta exposição são apresentadas obras desde os finais dos anos 50 à actualidade.É possivel uma leitura atravéz de uma apresentação cronológica pela possiblidade de um estudo da evolução do trabalho da autora neste período, quer pela sua diversidade, quer ao nível das temáticas, suportes e técnicas. A linguagem da autora ainda não era o que conhecemos tão bem hoje. A década de 80 mostra uma Paula Rego cheia de cores vibrantes e quadros cheios de personagens no minímo diferentes. Aquilo que eu senti, além de um encantamento e uma euforia descabida, (e por todas as ocasiões em que ja disfrutei de trabalhos da autora), cada vez mais me convenço que Paula Rego pinta com os olhos de uma criança que devora histórias antes do sono. Desenvolveu sem dúvida uma imagem dentro de si, daquilo que são pessoas vulgares. Pinta a guerra, o aborto, mas também a metamorfose da obra homónima de Kafka, ou as mulheres de “O Crime do Padre Amaro”, de Eça de Queirós. A sua obra tem uma força extraordinária e cria ambientes tão banais, tão caseiros, que se torna perturbadora. A maneira quase infantil de se expressar faz de Paula Rego uma personagem intrigante, a quem ninguém fica indiferente. Em certos momentos, tem uma perturbante doçura. Noutros, uma assustadora agressividade. Mas os seus quadros são belos, como tudo o que é indomável.
Inédita também é a apresentação de 7 novas obras, tendo 5 dessas obras sido desenvolvidas propositadamente pela artista para esta exposição: a série Mutilação Genital Feminina. Uma conclusão para todo o processo de que falei no inicío deste post: 'quando? onde? porquê?'.





Le.iti

1.09.2009

Sabe os teus direitos.






"Não resisti em partilhar; bonito, simples e informativo... E por quê fazê-lo num blogue que supostamente e fundamentalmente trata de arquitectura e arte?... Fácil resposta para uma preocupante pergunta. " VIA http://arkitectos.blogspot.com

Architecture | A-Cero


Um grande plano ondulado actuará como ponte entre o continente e o edifício, desenhado para ser um edifício 'verde', no seu interior existirá jardins espalhados pelas áreas comuns do projecto actuando como controladores de temperatura e melhorando a qualidade do ar interno, no seu exterior, a 'pele' de vidro possuirá uma tela de seda que ajudará controlar a incidência do sol, diminuindo assim a sua temperatura interna.
O projecto visa também possuir uma espaço de tratamento de águas que desalinizará a água do mar e então, filtrada e realocada para consumo, paisagismo e esgoto. Possuirá também o que há de melhor em tecnologia 'verde' minimizando o consumo energéctico e maximizando a eficiência da água.
A torre terá 92 andares e 370 metros de altura quando finalizada. Será um edifício de uso misto: escritórios, lojas e apartamentos. A “Wave Tower” é projectada pelo atlier espanhol A-Cero no Dubai.

Le.iti

1.07.2009

Music | My brightest diamond

'My Brightest Diamond' (indie,folk) é o projecto da cantora-escritora multi-instrumentalista Shara Worden. Enquanto viveu em Nova York, Worden começou a compor o seu material, que por um lado expunha o seu lado mais clássico devido á sua longa formação em música clássica e por outro lado, o underground do rock nova yorkino. O resultado desta combinação foi um profundo empenho em referências como 'Antony and the Johnsons' e 'Nina Nastasia' com as suas actuações intimistas em lugares tão falados e marcantes como: ' Tonic, the Living Room', e 'the Knitting Factory'. O grupo já lançou dois albúns de estudio: 2006's Bring Me the Workhorse and 2008's A Thousand Shark's Teeth,(que devo dizer, ambos de uma sonoridade maravilhosa!!!) assim como um remixalbum: Tear It Down e um lançamento de download pelo o iTunes. Worden também actua com Sufjan Stevens como um membro dos Illinoismakers. Este 'Magic Rabbit' ilustra em generalização aquilo que toda esta acção instrumentalista é, mas deixo desde já aqui referenciada outra faixa: ' Hymne à l'amour' uma canção belissíma, que oferece uma maravilhosa criação de cenários ilustrativos pela sua simplicidade.

Le.iti

1.05.2009

Designer cakes | Konditor & Cook


A mais recente colaboração de uma das favoritas pastelarias do Mundo: Konditor & Cook!Esta empresa fez equipa com cinco talentos da praça do design britânico, e o resultado foi a criação de uma colecção limitada de 'mini-cakes' , em três temas únicos envoltos por 'glacê' ilustrativos (yami!), que providênciam referências sobre arquitectura e design de interiores. Estas maravilhas estão à venda na própria Loja da K&C e via internet.

Le.iti

Books | humm..



"Architects wearing black is a stereotype on par with architects wearing black, plastic-frame spectacles. Most architects don't abide by these fashion recipes, but if somebody outside the profession comes across just one architect fitting the Corbusian mold then, alas, all architects must do the same. That Le Corbusier's and Philip Johnson's proclivities for a certain attire has trickled down to numerous enough architects to become a popular stereotype -- and not Frank Lloyd Wright's cane and pork pie hat -- is evidenced by this small book that asks architects, "Why do architects wear black?" Packaged in a small, sketchbook-size format are a hundred or so answers to that question, one response per spread with the original handwritten answer opposite the typed, translated text and the name of the architect, designer or draftsman. "
Le.iti

Refresh and restart : 2009!






KeriSmith.com